quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Alimentos para a memória

Onde foi parar a chave do carro? O que vim buscar aqui?
De onde eu conheço aquela mulher? Se você já enfrentou esses "brancos" e
concluiu que sua memória não está na melhor forma, antes de atribuir o fato à
passagem do tempo ou à correria diária, reflita sobre suas escolhas à mesa.
Estudos têm mostrado que a dieta equilibrada é fundamental para o bom
funcionamento do cérebro. Cientistas do Human Nutrition Research Center on Aging
(HNRCA), da Universidade Tufts, uma das mais renomadas instituições de pesquisa
dos EUA, estão empenhados em mostrar que a alimentação adequada contribui para
evitar o declínio das funções cognitivas e prevenir doenças degenerativas
progressivas como Alzheimer, que ocasiona esquecimentos, dificuldade de
raciocínio e alterações de comportamento. "Frutas, vegetais, sementes, nozes e
grãos contêm diversos compostos que melhoram as conexões entre as células
nervosas", avisa James Joseph, pesquisador do laboratório de Neurociência do
HNRCA.
Trabalhos realizados no Brasil pela equipe do neurologista Cícero
Galli Coimbra, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), não só confirmam
a tese defendida pelos pares americanos, como já apontam inimigos e aliados do
cérebro. Uma de suas pesquisas mostrou que a exclusão de carne da mesa e o
acréscimo na ingestão de vitamina B2 favorecem a recuperação das funções motoras
em portadores da doença de Parkinson, que afeta o sistema nervoso central e é
caracterizada por tremores e rigidez muscular. Houve casos de 90% de melhora.
Segundo o neurologista, carnes em geral produzem toxinas lesivas aos neurônios
(veja quadro Atenção para esses vilões). Depois, a equipe verificou que uma
dieta rica em colina, micronutriente derivado de um aminoácido encontrado
fartamente na gema do ovo, não só estimula a atividade cerebral, como pode ser
particularmente benéfico para a memória. Conheça melhor esse e outros alimentos
que devem ter lugar garantido em suas refeições.

OVO

Um mix de ingredientes nota 10
É a principal fonte de
colina, que não só participa da formação de novos neurônios, como ajuda a
reparar as células cerebrais avariadas. Fora isso, constitui a matéria-prima da
acetilcolina, neurotransmissor fundamental para a memória e o aprendizado. "A
colina favorece a função cognitiva e a melhora da depressão", informa a
nutricionista Barbara Rescalli Sanches, da VP Consultoria Nutricional, em São
Paulo. Comprovouse, ainda, que esse micronutriente é tão importante quanto o
ácido fólico para o desenvolvimento do sistema nervoso do feto. Uma gema tem
cerca de 130 mg de colina.
Salmão, soja, fígado, germe de trigo e feijão
trazem concentrações menores. Como se não bastasse, o ovo é fonte de proteína de
alto valor biológico e ainda fornece diversas vitaminas do Complexo B, que
facilitam a comunicação entre os neurônios.

PEIXE

Fama reconhecida
É verdade o que se ouve dizer.
O
peixe alimenta o cérebro e a memória em particular. Ainda mais se for de águas
frias, como salmão, sardinha, anchova, atum, arenque e cavala, por fornecerem
ácidos graxos altamente benéficos, do tipo ômega 3, que tem reconhecida ação
antiinflamatória. Um trabalho da Universidade Laval, no Canadá, demonstrou que
eles protegem os neurônios contra os radicais livres, notórios destruidores de
células. Nesse grupo de ácidos graxos destaca-se o DHA (ácido docosahexaenóico).
Estudos populacionais conduzidos pela equipe de Ernst Schaefer, também do

HNRCA, identificaram um risco 47% menor de desenvolver
Alzheimer em indivíduos com taxas significativas de DHA por consumirem pelo
menos uma porção de peixe por semana. Segundo o pesquisador, esse ácido graxo
preserva as membranas dos neurônios, colaborando para a troca de informações
entre eles.
Por fim, os peixes ainda fornecem a vitamina D, que contribui
para a renovação dos neurônios.

ESTUDOS CORROBORAM O ANTIGO CONSELHO MATERNO:
COMER PEIXE TODA SEMANA REALMENTE BENEFICIA A ATIVIDADE
CEREBRAL

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